segunda-feira, 30 de abril de 2018

Será que o meu filho está preparado para entrar no 1º ciclo?



Esta é uma pergunta que muitos pais se colocam, no entanto existem algumas condições, principalmente para aqueles cujos filhos fazem os seis anos de idade após o 15 de setembro.
Se formos analisar o que diz a Legislação Portuguesa, temos o seguinte:

“A matrícula no 1.º ano do 1.º ciclo do ensino básico é obrigatória para as crianças que completem 6 anos de idade até 15 de setembro

As crianças que completem os 6 anos de idade entre 16 de setembro e 31 de dezembro podem ingressar no 1.º ciclo do ensino básico se tal for requerido pelo encarregado de educação, dependendo a sua aceitação definitiva da existência de vaga nas turmas já constituídas (..)” [Despacho n.º 5048-B/2013]. 

Na teoria, o que isto significa é que todos os alunos que façam anos depois de 15 de setembro são os chamados “condicionais”. Só entram para o 1º ciclo em situações de exceção (como por exemplo a escola ter vagas). Contudo na prática, o que acontece na realidade é que todos os alunos que façam anos até ao dia 31 de dezembro, normalmente entram, salvo raras exceções.

Muitos são os papás que ao ter isto em conta colocam a questão, será que o meu filho está preparado?

Não existe uma resposta universal e homogénea a esta questão, no entanto é importante que as crianças não saltem etapas no seu desenvolvimento e que só entrem na escola, quando estão preparadas para tal. 

Se o filho de A.  entrou na escola e correu tudo bem, não quer dizer que o filho de B. seja igual…. As crianças diferem umas das outras em termos de personalidade e mais importante de maturidade emocional.

Existem inúmeros estudos que demonstram, que o ideal é que as crianças entrem já com os seis anos feitos. Como curiosidade sabiam que nos países nórdicos, a entrada no 1º ciclo acontece só aos sete anos?

Um estudo publicado pelos investigadores Thomas S. Dee e Hans Henrik Sievertsen, da Universidade de Stanford,  (2015) chegou à conclusão que as crianças dinamarquesas que entram um ano mais tarde para o primeiro ciclo revelam menores índices de desconcentração e hiperatividade e, consequentemente, denunciam um maior autocontrolo.

Então é importante desmistificar se os alunos condicionais atrasam ou ganham?

Na minha opinião não atrasam…eles não chumbam, nada perdem, lembrem-se disso. Apenas ganham, mais um ano para crescer e ganhar maturidade emocional.

A decisão da criança ficar mais um ano no pré-escolar, cabe sempre aos pais, no entanto não tomem esta decisão sozinhos, questionem a educadora do vosso filho e tenham em conta os seguintes aspetos:
- Concentração e Atenção;
- Maturidade cognitiva, social e emocional;
-Linguagem e Consciência Fonológica;
-Psicomotricidade;

Existe uma pressão por parte da sociedade para que as crianças “Vão para a escola dos crescidos” e uma grande desvalorização, quando dizemos que as crianças de cinco anos “Estão só a Brincar”.

São crianças e devem brincar, pois a brincar também se aprende. É a brincar com legos, plasticinas, ler histórias, fazer construções entre tantas outras coisas, que a criança está a estruturar o seu cérebro e a adquirir competências que lhe vão permitir ter sucesso aquando da entrada no 1º ano.

No fundo, trata-se de evitar que crianças de cinco anos sejam obrigadas a crescer e acompanhar crianças mais velhas nos mesmos desafios que a escola assim impõe.

Respeite o ritmo e as necessidades do seu filho, evite comparações.

O seu filho(a) é único e especial!


3 comentários:

  1. O tempo da criança deve ser respeitado em todos os campos. Só assim teremos menos adultos frustrados.

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  2. Realmente hoje em dia há uma urgência em fazer os filhos crescer em tudo o que seja material, e inútil e esquecemo-nos de lhes dar estabilidade e suporte emocional. Tudo tem o seu tempo e o seu momento.

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  3. Isso são informações preciosas para os pais. Há de facto muita pressão social e emocional para estar sempre um passo à frente dos colegas e pensasse que quanto mais cedo melhor para estar mais adiantado. Mas ja percebi com este texto que não é bem assim.

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