segunda-feira, 13 de novembro de 2017

*Uma estrelinha no céu*






“Um dia as pessoas que tanto amamos vão embora e já não voltam"… todos nós passamos pela perda de um ente querido em algum momento da nossa vida. Se há coisa que temos como certa na vida é a Morte.

calwaen-liew-343557.jpg 




Este é um tema que nos deixa bastante desconfortáveis e por isso mesmo muitas vezes evitamos falar no assunto, tentamos esconder das crianças numa tentativa de mantê-las afastadas de tudo o que está relacionado com a morte.
Nós adultos, temos de encarar a morte como um processo natural e por isso mesmo falar sobre a morte desde cedo com as crianças ajuda-as a perceber o conceito de Morte e a lidar melhor com perdas futuras.

Mas então como devemos abordar este assunto com os mais novos?
Deve claro adequar a linguagem de acordo com a faixa etária da criança, opte por dar explicações simples e honestas e use termos concretos, nada de eufemismos:” Deixou-nos” ou ”Foi embora”.

Até aos 2 anos de idade – A criança não tem um vocabulário rico, nem conhece o significado de morte, vai perceber a ausência da pessoa mas é uma faixa etária onde não se consegue explicar este conceito.

Entre os 3 e os 6 anos de idade- Existe uma predominância de um pensamento mágico, o que faz com que a criança perceba e entenda a morte como algo reversível, por exemplo: A bela adormecida acordou de um sono profundo.
 Nesta idade a criança já entende tudo, por isso utilize uma linguagem concreta e real para lhe explicar que a morte se trata de algo que não se consegue reverter.

Dos 6 aos 10 anos de idade- A criança já tem algum «know how» sobre a morte, aqui deve observar o comportamento da criança e escutar. É de extrema importância que a encoraje e  a deixe expressar os seus sentimentos. Partilhe com ela o que você está a sentir, dando lhe espaço e abertura para ela colocar questões; mostre afeto (um abraço na altura certa por vezes é o suficiente), dê suporte e esteja presente.

Como acontece com os adultos, a memória afetiva nunca vai desaparecer e é nas boas recordações que a criança e o adulto devem procurar algum conforto.
Neste momento, encontro-me em processo de luto por perda da minha avó…não está a ser fácil, mas foi nas palavras da minha filha de 4 anos que tive algum conforto.         Ao explicar-lhe que a Bivó era velhinha estava doente e faleceu, obtive a resposta mais surpreendente: “ Não fiques triste mamã..a Bivó é uma estrelinha no céu”.
Há muitas formas de se lidar com a perda e de se fazer o Luto, aqui em casa a pequena soltou balões brancos no céu.

Deixo-vos alguma bibliografia, que pode ajudar a abordar esta temática com os mais pequenos:

“ A estrela que não morava no céu” – Chiado editora
“ Não é fácil pequeno esquilo” – Editora Callis
“ Eu lembro-me” –Livros Horizonte“


Artigo escrito para o blog Terapia com Amor: https://terapiacomamorblog.wordpress.com/2017/11/01/uma-estrelinha-no-ceu/

1 comentário:

  1. Obrigada pela menção! De facto nem todas as estrelas moram no céu, e todos deviamos saber disso! Um beijinho, Cristele

    ResponderEliminar